Repetição é a tendência de repetirmos padrões de comportamento, afetos e relacionamentos que estão ligados a experiências traumáticas ou conflitos que geram sofrimento psíquico.
Através da análise da repetição, o paciente pode se tornar consciente desses padrões e trabalhar para mudá-los, permitindo uma maior liberdade e possibilidade de ser quem se é. Para Lacan, a repetição é um conceito central no processo analítico. Acreditava que é uma tentativa do sujeito de lidar com o trauma, a falta, que são inerentes à vida humana. A repetição seria uma defesa contra o confronto com o real, o impossível, e pode assumir muitas formas, incluindo comportamentos compulsivos, sintomas, sonhos recorrentes.
Argumenta que, ao explorar a repetição durante um processo analítico, o sujeito pode acessar desejos inconscientes subjacentes e trabalhar para a elaboração dessas defesas e acessar a verdade do sujeito. A repetição tem um papel fundamental na formação da identidade. Lacan acreditava que as pessoas repetem como uma maneira de manejar a angústia causada pela falta de completude e pela perda do objeto primordial (geralmente a figura materna). Uma tentativa de reencontrar o objeto perdido e de restaurar a sensação de completude. No entanto, diz que essa tentativa é sempre frustrada e que a repetição é um sintoma da estrutura do sujeito. As duas referências freudianas básicas acerca do conceito de repetição são os textos "Além do princípio do prazer" e "Recordar, repetir, elaborar."
Eduardo Vargas
Psicanalista clínico, Especialista em Dependência Química e Acolhimento Familiar
Parceiro Pesquisador - EducaDQ
@psicanalisecomedu
@educadq – Por um mundo melhor.