A dinâmica entre o codependente e o dependente químico é muitas vezes alimentada por fatores psicológicos e emocionais. O codependente, movido por um desejo de ajudar e apoiar o ente querido, pode se encontrar em um ciclo de negação, minimização e justificação das ações do dependente. Esta negação se estende ao ato de dizer não, uma vez que a recusa em atender aos desejos do dependente pode ser interpretada como uma traição ou falta de amor.
A dificuldade do codependente químico em dizer não é um sintoma de um problema complexo. Para enfrentar esse desafio, é essencial aumentar a conscientização sobre a codependência e os seus efeitos debilitantes.
A falta de recursos e suporte adequados para o codependente pode reforçar a sua dificuldade em dizer não.Sem uma rede de apoio sólida e sem acesso a recursos terapêuticos, o codependente pode sentir que não tem outra escolha senão sacrificar suas próprias necessidades para manter a estabilidade aparente.
É crucial fornecer acesso a recursos terapêuticos e de apoio que possam ajudar o codependente a estabelecer limites saudáveis e a desenvolver habilidades de comunicação assertiva.
O caminho para a recuperação do codependente começa com o reconhecimento da necessidade de cuidar de si mesmo e de buscar ajuda profissional. Somente através do fortalecimento pessoal e do desenvolvimento de estratégias saudáveis de enfrentamento, o codependente pode começar a quebrar o ciclo de dependência emocional e restaurar o equilíbrio em sua vida. O ato de dizer não pode, finalmente, se transformar em um ato de autenticidade e auto-preservação, permitindo que o codependente recupere o controle sobre sua própria jornada de cura.
Neusinha Brotto
Gestora e cocriadora do EducaDQ
Consultora em Dependência Química
Especialista em codependência
Autora do livro Diário de Uma Codependente
@educadq - Por um mundo melhor
